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segunda-feira, 3 de junho de 2013

Estágio de Observação de Enfermagem - Universidade de Aveiro

Artigo de opinião pessoal

Findos os quatro dias de estágio de observação na CERCIESTA é de salientar a nossa mudança de opinião relativamente às pessoas portadoras de necessidades especiais.
Antes de entrarmos no portão que nos levaria a uma nova realidade ficamos um pouco apreensivos com o que nos esperava, mas essa apreensão desapareceu no momento em que fomos recebidos extremamente bem pelos funcionários da CERCIESTA, inclusive pelos alunos, que até se encontravam mais envergonhados que nós. Afinal nós é que éramos os estranhos!
Foi de notar a empatia que criamos entre nós e os alunos e o pessoal trabalhador em apenas quatro dias. Sentimos um carinho especial vindo de cada pessoa: uns por não nos quererem deixar vir embora, outros por ficarem radiantes com a nossa presença, outros apenas por nos olharem com o ar de quem sabe que pode confiar.
Eles sentem que a CERCIESTA é a casa deles e preocupa-nos o facto de não terem o mesmo apoio que têm na instituição em casa, pois muitos deles regridem pelos descuidos no seu próprio lar. Alguns dos pais não têm a capacidade de lidar com as dificuldades dos seus filhos. Quer por dificuldades económicas, quer por falta de formação ou até mesmo, vontade.
É excelente saber que o nosso objetivo de lhes ensinar algo foi bem conseguido e que eles, na sua simplicidade maior, nos ensinaram coisas tão valiosas: não é por sermos diferentes, física ou mentalmente, que a nossa essência de sermos humanos sai alterada. Com todas as nossas diferenças, todos sabemos que precisamos uns dos outros para sobreviver, todos sabemos o que é o amor, todos somos iguais!
Apreciámos todo o cuidado que os colaboradores e os alunos tiveram por nós, desde a preparação que existiu antes da nossa chegada como a definição de um horário estruturado e muito diversificado de modo a abranger o máximo possível todas as atividades desenvolvidas na instituição até à despedida que foi muito triste pois queríamos continuar lá com todos eles. Deixaram-nos as portas abertas para voltarmos quando quiséssemos, e o que é certo é que, ainda nem um mês passou, e já temos vontade de os visitar.
Andreia Rocha e Fábio Rodrigues - Alunos do Curso de Enfermagem da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro.